(Fonte: musicweb.ucsd.edu)
(Fonte: IRIS)
(Fonte: USGS)
(Fonte: IRIS)
(Fonte: Curso Formadores IPMA. Cap. 9)
(Fonte: apolo11.com)
(Fonte: serc.carleton.edu)
(Fonte: Principles of Seismology, 2nd Ed. Cambridge University Press)
(Fonte: Curso Formadores IPMA. Cap. 9)
(Fonte: USGS)
(Fonte: Principles of Seismology, 2nd Ed. Cambridge University Press)
(Fonte: jkgeography.com)
(Fonte: USGS)
(Fonte: ResearchGate)
O desencadear de um sismo resulta do aumento da tensão no interior do meio até se atingir um limite a partir do qual pode ocorrer a rotura. Antes desse limite, o meio responde habitualmente de forma elástica, isto é, toda a deformação é reversível. Após esse limite (limite de elasticidade), podem ocorrer várias situações. O meio pode-se comportar como plasticina e deformar-se de forma irreversível, sem que ocorra rotura. Diz-se que o meio tem um comportamento plástico. Outra possibilidade é o meio ceder bruscamente, ocorrendo uma rotura. Diz-se então que o meio material tem um comportamento frágil. A ocorrência de sismos, isto é, a geração de ondas sísmicas causadas pela rotura brusca de um meio material, exige que esse meio tenha um comportamento frágil, pelo menos no seu foco ou no ponto de nucleação da rotura.
As propriedades que caracterizam o comportamento das rochas sujeitas a tensões variáveis no espaço e no tempo designam-se por propriedades reológicas. A reologia de um meio depende de vários fatores, como a composição e estrutura da rocha (heterogeneidade, anisotropia), o seu estado físico, pressão e temperatura ou a presença de fluidos. Na crosta terrestre a pouca profundidade, a rocha tem geralmente um comportamento frágil, sendo por isso capaz de desencadear sismos. No entanto, mais junto à superfície (nos primeiros 5 km da crosta) a pressão de confinamento do meio é insuficiente para desencadear sismos e, em geral, não se observam aí pontos de nucleação. Quando a profundidade aumenta, a rocha fica sujeita a pressões e temperatura cada vez maiores. Não havendo alteração de composição, o efeito da temperatura sobrepõe-se ao efeito da pressão a partir de uma determinada profundidade e a rocha sofre uma transição da reologia frágil para a reologia plástica, onde a deformação passa a ser dúctil. A profundidade desta transição é muito importante, pois ela define a profundidade máxima a que se podem desencadear sismos. Este limite define a espessura frágil da litosfera, também designada como esquizosfera, por oposição à porção dúctil, designada como plastosfera. Grosso modo, as porções frágil e dúctil da litosfera, delimitam as zonas onde ocorrem os sismos na parte superior da litosfera.
O momento sísmico, M0, é uma medida da energia total liberada durante um sismo. No entanto, apenas a energia propagada através de ondas sísmicas, ES, chega aos sismómetros (a fração da energia total associada à rotura sísmica que se converte em energia sísmica, define o rendimento na geração sísmica), pois outras parcelas da energia total são convertidas em calor e energia de fraturação. Choy e Boatwright (1985) definiram a magnitude de energia, ME, como ME=2/3log10ES-2,9, sendo ES=1,6(M0x10^-5) em unidades N.m.
As magnitudes MW e ME não são equivalentes porque medem diferentes propriedades de um sismo. A magnitude MW é obtida com base no espetro de deslocamentos e está fisicamente relacionada com o deslocamento final provocado pelo sismo, enquanto a magnitude ME é obtida com base no espetro das velocidades e está associada ao potencial do sismo em provocar danos em estruturas. Ao invés de uma estimativa alternativa, a magnitude de energia, ME, representa um complemento essencial da magnitude de momento, MW, para descrever a dimensão e os efeitos de um terramoto.
Karnick (1969), propôs uma correlação empírica para estimar a intensidade máxima, Imax, de sismos com profundidade focal (h) inferior a 50 km, com base na magnitude das ondas superficiais, MS, através da expressão: Imax=1,5MS-1,8log10(h)+1,7. Este tipo de equação é útil para uma estimativa rápida dos danos prováveis causados por um sismo, com base nas consequências dos níveis de intensidade macrossísmica. Por outro lado, permite estimar a magnitude de alguns sismos históricos: para os sismos com origem em terra, é possível conhecer o valor máximo da intensidade macrossísmica observada, Imáx, (desde que haja uma boa cobertura de observações), tornado possível usar esta relação empírica para estimar a magnitude do sismo histórico, se este tiver um foco superficial, a partir desse valor de intensidade máxima Imáx.
Uma vez que a energia de uma onda é proporcional ao quadrado da sua amplitude, é de esperar que a magnitude esteja também relacionada com o logaritmo da energia sísmica libertada. Gutenberg e Richter propuseram uma fórmula empírica que relaciona a energia libertada E (em joule), com a magnitude das ondas superficiais, Ms: log10E=4,8+1,5MS. A diferença de energia, f∆E, libertada por dois sismos de magnitudes Mw1 e Mw2, pode ser calculada pela expressão: f∆E=10^[1,5x(Mw2-Mw1)].
A natureza logarítmica destas expressões permite concluir que a energia libertada aumenta muito rapidamente com o aumento da magnitude. Por exemplo, a um aumento (ou diminuição) de 1 valor na magnitude corresponde um aumento (ou diminuição) de energia libertada de um fator de 10^1,5 ≃ 32 vezes. Também é possível concluir que, por exemplo, um sismo de magnitude 7 liberta 1000 (10^3) vezes mais energia do que um sismo de magnitude 5, ou, o que é equivalente, são necessários 1000 sismos de magnitude 5 para libertar a mesma energia de um único sismo de magnitude 7.
Relativamente à frequência sísmica, em termos de magnitude, verifica-se que ocorrem anualmente muitos sismos pequenos e apenas um reduzido número de sismos de grande magnitude. Gutenberg e Richter verificaram que a relação entre o número de sismos e a magnitude segue também uma lei logarítmica, conhecida como lei de Gutenberg-Richter: um incremento de uma unidade na magnitude faz decrescer o número anual de sismos dessa magnitude por um fator de 10. No entanto, como a energia libertada pelos sismos aumenta exponencialmente com a magnitude, os sismos de grande magnitude libertam a esmagadora maioria da energia sísmica. Apenas os quatro grandes sismos ocorridos nos últimos 120 anos (1900-2020) libertaram cerca de metade do total da energia sísmica desse período. Segundo o USGS, se somássemos toda a energia libertada por todos os sismos ocorridos nos últimos 110 anos, a magnitude equivalente seria de cerca de Mw 9,95.