Os sismos, tremores de terra, terramotos (Portugal) ou terremotos (Brasil), são maioritariamente causados por movimentos tectónicos, ocorridos ao longo de uma falha ou dos limites entre placas tectónicas (sismos tectónicos). Menos frequentemente, têm origem em fenómenos vulcânicos (sismos vulcânicos), desabamentos de cavidades naturais ou terrenos, desmoronamentos ou movimentos de massa à superfície (sismos de colapso ou de implosão). A sismicidade pode ainda ser induzida pela atividade humana sobre a natureza, como o enchimento de albufeiras, uso de explosivos ou exploração mineira (sismos artificiais).
Quando os abalos são muito fracos, apenas registados por instrumentos, designam-se por microssismos. Quando são fortes, podendo ter consequências devastadoras, designam-se vulgarmente por terramotos ou terremotos (Brasil). De acordo com a profundidade a que têm origem, os sismos podem ser superficiais (até 70 km), intermédios (entre 70 e 300 km) ou profundos (de 300 a 700 km).
Relativamente à distância a que ocorrem de uma determinada localização, os sismos são geralmente classificados como sismos locais (em geral, distâncias ao epicentro do sismo até 1º ou 2º - cerca de 110 a 220 km), sismos regionais (de 1-2º até 10º - cerca de 1100 km) e sismos distantes ou telessísmos (distâncias acima de 10º). A distância epicentral pode ser expressa em quilómetros (km) ou em função do ângulo epicentral, que corresponde ao ângulo ao centro (da Terra) formado entre um raio terrestre que passa pelo epicentro do sismo e um raio terrestre que passa no local considerado. Aproximando a Terra a uma esfera perfeita de raio igual 6371 km, a distância epicentral de 1º corresponde aproximadamente a 111 km.
Estima-se que ocorram cerca de 500 mil sismos por ano, detetáveis através do uso da instrumentação atual. Destes, cerca de 100 mil (20%) podem ser sentidos. Felizmente, quanto mais fortes são os sismos, menos frequente são. Uma vez que os grandes sismos libertam imensa energia, os 3 maiores sismos já registados produziram quase metade da energia libertada por todos os sismos ocorridos no último século!
(Fonte: USGS)
(Fonte: IGN)
(Fonte: Curso Formadores IPMA. Cap. 5)
(Fonte: apoioescolar24horas.com.br)
(Fonte: Curso Formadores IPMA. Cap. 5)
(Fonte: Wikipédia)
(Fonte: ISC)
(Fonte: Geo-Elvas)
(Fonte: esg.pt)
(Fonte: dspace.uevora.pt)
Ano de 63 a.C. Terá sido neste ano que ocorreu o sismo mais antigo de que há registo em Portugal. Afetou o que são hoje as costas portuguesas e da Galiza e terá provocado um enorme tsunami, com as populações a fugirem do litoral para o interior. Mais informação aqui.
Ano de 382. Grande sismo seguido de tsunami que provocou a submersão de ilhas que havia ao largo do Algarve. Mais informação aqui.
Ano de 1321. Violento terramoto que atingiu a zona de Lisboa. Ocorreram três abalos sísmicos em três horas. Vários edifícios ficaram destruídos, incluindo a capela-mor da Sé de Lisboa.
24 de agosto de 1356. Violento sismo que atingiu, entre outras, a zona de Lisboa no final do dia 24 de agosto de 1356. Durou um quarto de hora e destruiu vários edifícios, entre os quais os quatro fornos que coziam pão na cidade de Lisboa.
26 de janeiro de 1531. Violento terramoto que atingiu a zona de Lisboa. O terramoto e o posterior tsunami resultaram em aproximadamente 30 000 mortes, cerca de 20% da sua população da época. Os danos causados, especialmente na parte baixa da cidade, foram severos. Aproximadamente um terço das edificações da cidade foram destruídas. Teve epicentro provável na região de Benavente (falha do Vale Inferior do Tejo).
1 de novembro de 1755. O terramoto de 1755 causou a destruição quase completa da cidade de Lisboa, especialmente na zona da Baixa, e atingiu grande parte do litoral do Algarve e Setúbal. Foi seguido de um maremoto (que se crê tenha atingido a altura de 20 metros) e de múltiplos incêndios, tendo feito certamente mais de 10 mil mortos. Foi um dos sismos mais mortíferos da história e um dos maiores sismos interplacas registados em todo o Mundo. Estima-se que a magnitude deste sismo se situe entre 8.5 e 9. Apesar de não haver consenso acerca da localização do epicentro deste sismo, a região mais aceitável é o Banco de Gorringe, na falha Açores - Gibraltar. Mais informação aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, e aqui.
23 de abril de 1909. Sismo com epicentro em Benavente, na falha do Vale Interior do Tejo, com uma magnitude estimada de 6 a 7. Foi o maior sismo do século XX com epicentro no interior do território continental. Este sismo provocou a morte de dezenas de pessoas e destruiu quase por completo os aglomerados de Benavente, Samora Correia e Santo Estêvão. O balanço só não foi mais dramático porque, à hora em que ocorreu, a grande maioria da população estava ainda a trabalhar nos campos. Mais informação aqui, aqui e aqui.
28 de fevereiro de 1969. Sismo de magnitude 7,3 (Richter), com epicentro no Banco de Gorringe, a 180 km a SW de Sagres. Atingiu principalmente o sul do país, sendo o último grande sismo a ser sentido em Portugal Continental, e o mais importante do século XX. Provocou alarme e pânico entre a população, cortes nas telecomunicações e no fornecimento de energia elétrica. O sismo de 1969 foi sentido até 1 300 km de distância do epicentro, particularmente em Bordéus e nas ilhas Canárias e gerou um pequeno tsunami, que foi observado em diversos marégrafos localizados ao longo das costas portuguesas, espanholas e marroquinas. Mais informação aqui, aqui, aqui e aqui.
17 de dezembro de 2009. Sismo de magnitude 6,0, com epicentro no mar, a 10 km de profundidade e a Oeste de Gibraltar, a cerca de 185 km a Oeste de Faro e 264 km a Sudoeste de Lisboa. Apesar da sua magnitude, não foram registados danos pessoais ou materiais. Foi o maior sismo registado em Portugal continental desde o sismo de 1969. Mais informações aqui, aqui e aqui,
15 de janeiro de 2018. Sismo de magnitude 4,9, com epicentro na região NE de Arraiolos, perto da Aldeia da Serra. Devido à sua magnitude moderada, o sismo não causou qualquer dano, mas foi amplamente sentido no Centro e no Sul do Território Continental Português. Mais informação aqui, aqui e aqui.