Clube

Equipamentos

Além do sismómetro que mede as vibrações do solo, uma estação sísmica necessita de um digitalizador e do equipamento necessário ao processamento e transmissão de dados, em geral um computador com o software adequado, e ligação à internet.

Dado que o sismómetro é um aparelho muito sensível, deve estar o mais isolado possível dos elementos exteriores e, tanto quanto possível, ao abrigo de variações de temperatura e pressão. Uma  vez que as atividades que decorrem na escola provocam vibrações nas estruturas, que se propagam através do solo e são captadas pelo sismómetro, o "ruído" registado no sismómetro fornece uma imagem viva da dinâmica da escola, permitindo distinguir (alguns) períodos de aulas de intervalos e os períodos de atividade da escola das noites e fins-de-semana.

sismómetros

A estação sísmica tem atualmente em funcionamento dois sismómetros:


Como sistema de aquisição de dados, usa o datalogger SeismicPi HAT (descontinuado ) comercializado pela Mindsets, UK, e o software jAmaSeis.


Está a ser usado com o sistema de aquisição de dados Seismometer Interface USB (descontinuado), comercializado pela Mindsets, UK, e o software jAmaSeis. Quer o sismómetro, quer o datalogger, foram gentilmente cedidos, a título de empréstimo, pelo Instituto Dom Luiz (IDL), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Sismómetro horizontal omnidirecional (sem caixa de proteção)

Sismómetro Vertical AS-1 no interior de caixa de proteção em acrílico

Foi ainda construído um outro aparelho (sismómetro TC-1), que responde a vibrações no plano vertical. Na sua versão comercial, o TC-1 é, tal como o AS-1, um aparelho utilizado por várias escolas nos seus programas de sismologia.

Este sismómetro ainda não se encontra em funcionamento.

Alguns detalhes sobre o funcionamento dos sismómetro e sua construção.

digitalizadores

O digitalizador é o equipamento que converte o sinal analógico proveniente do sensor (sinal elétrico que traduz o movimento do solo) num sinal digital que é processado e armazenado em formato apropriado para posterior transmissão.


Digitalizadores  usados na estação sísmica:


É o digitalizador usado no sismómetro omnidirecional, em modo monocanal. Está ligado ao computador via porta USB, sendo alimentado através da mesma.


É o digitalizador do Sismómetro AS-1. Está ligado ao computador via porta USB, sendo alimentado através da mesma.

SeismicPi HAT. Datalogger comercializado pela Mindsets, UK.

Seismometer Interface (USB). Datalogger comercializado pela Mindsets, UK.

computador e software

Não é necessário um computador com muitos recursos, mas é essencial que tenha uma ligação à internet e portas USB disponíveis para ligar o digitalizador / sismómetro. O computador do Clube é um desktop AMD A4-5300B, com 8 GB de RAM e Windows 7, 64 bits. Para prevenir eventuais quebras de energia, o PC está ligado a uma UPS.

É importante que o computador tenha o relógio acertado para que os registos sejam feitos com a hora correta. Para o acerto da hora está a ser usado o programa NetTime. NetTime é um cliente SNTP (Simple Network Time Protocol) para Windows, que verifica e sincroniza o relógio do sistema com servidores externos.

A estação sísmica do Clube de Geofísica, bem como outras redes sísmicas escolares, baseia-se na utilização do software jAmaseis. O jAmaSeis é um software de distribuição livre, desenvolvido pela Incorporated Research Institutions for Seismology (IRIS). 

UPS e desktop onde corre o programa jAmaSeis

Adquirir ou construir um sismómetro?

A estruturação da atividade do Clube teve como ponto de partida a instalação de uma estação sísmica na escola sede do Agrupamento de Escolas Fernão do Pó, para deteção, registo, análise e divulgação de registos sísmicos. Para alcançar este objetivo, foi necessário tomar a primeira decisão: adquirir um modelo escolar de sismómetro, em kit ou já pronto a utilizar, ou construir um?

A compra é a opção mais imediata. Em geral, as escolas com estações sísmicas instaladas, usam modelos comerciais, adquiridos com orçamento próprio ou financiados ao abrigo de projetos em que se envolveram. Tanto quanto é do conhecimento do coordenador do Clube, todas as escolas envolvidas em programas de "sismologia na escola" em Portugal usam sismómetros comerciais adquiridos. 

Existem algumas ofertas comerciais de sismómetros escolares (produtos acabados ou kits para montagem), com diferentes preços, modos de funcionamento, níveis de sofisticação ou capacidades de deteção. No documento do IDL "Como participar na Rede Sísmica Escolar" são apresentados alguns destes sismómetros escolares (alguns descontinuados). Aqui apresentam-se também alguns exemplos:

Apesar da compra surgir como a opção mais imediata (havendo orçamento ou financiamento), não é a única, nem necessariamente a mais adequada.  Os sismómetros escolares podem custar várias centenas de euros, não são forçosamente mais sensíveis que um aparelho construído e poderão ser menos versáteis (maior dificuldade no ajuste dos seus parâmetros físicos de funcionamento). Sendo este um clube de "Geofísica", a compreensão e exploração da física associada ao funcionamento do sismómetro surge tão importante quanto o registo sísmico em si, consequência do processo geológico. Havendo adicionalmente alguma apetência pelo "faça você mesmo", a opção pela construção de um sismómetro acabou por surgir com naturalidade.

Existe imensa informação online sobre construção de sismómetros, com diferentes níveis de detalhe, mais ou menos técnica, e com maior ou menor credibilidade, que vai desde construções rudimentares até aparelhos extremamente sensíveis, capazes de detetar pequenos sismos locais e regionais ou grandes sismos globais. Muitas descrições referem-se à reprodução de modelos escolares comerciais, mas existem propostas de outros aparelhos diferentes dos modelos tradicionais. A título de exemplo, apresenta-se uma recolha de alguns tutoriais sobre a construção de alguns modelos de sismómetros: